domingo, 21 de outubro de 2012

Amélie era jovem, como todas as outras que se encontravam em teu jardim, mas a pequena moça trazia com si uma única coisa que a lhe deixava diferente das demais. Ela era alma, era carne, era osso e tudo vinha com mais intensidade do que o esperado, as escolhas de teus jardineiros era algo de parar a cidade, todos saiam de suas casas, só para espiar entre as árvores quem seria o grande sortudo da vez e quem não poderia comparecer ao local, em poucas horas já estava sabendo da decisão mais valiosa para a cidade. Amélie despertava atenção, era comparada com as pétalas, por vezes foi despedaçada, cortada e puxada por qualquer jardineiro que agora, por sua vez, não merece um pingo de atenção. As flores conversavam com Amélie enquanto a mesma lia as flores, era uma troca de sentimentos misturados, encantadores, chocantes, apavorantes e por fim, milagrosos! Era sonho, era realidade, era Amélie crescendo entre o verde e azul. Moça que se habitava em uma casa baixa, sem um muro e portão, apenas o jardim enorme, que era porta, janela, céu e terra. Sozinha desde pequena, sorriso de menina quando mulher e apenas era Amélie, mas uma menina que se contentava com morangos, se relacionava com pássaros e via sua família entre os galhos quebrados. Pele branca que por segundos se transformava em morena, em pequenos verões, em verões passageiros. Olhos castanhos por natureza, mas quando eram encarados, se transformava na cor que todos desejavam. Ô Amélie, tu foi a moça dos sonhos, tu foi todas as meninas e mulheres machucadas que viraram pétalas!

Larissa Linhares

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